4 de setembro de 2013

Sei que é preciso entrar no barco...


Neste 5 de setembro celebramos a memória da beata Madre Teresa de Calcutá.
Nunca escondi minha admiração por sua história e seu testemunho. Me inspiram justamente porque refletem atualizada a luz de Cristo. Neste ano, escolhi olhar para sua história através de uma das suas mais bonitas frases:

“A alegria é o sinal da união com Deus, da presença de Deus. A alegria é amor, o resultado normal de um coração que arde de amor.” 

No oitavo capítulo do livro de Mateus está a narração bastante conhecida de Jesus acalmando o mar. Ele acompanhava dormindo os discípulos num barco. Os discípulos, diante da tempestade, estavam atemorizados e numa tristeza que os fazia questionar: "porque Jesus está dormindo na hora em que mais precisamos de ajuda?"
O evangelista, muito astuto, soube representar muito bem o sentido da presença do Cristo na vida de quem assim permite. Lá estava Jesus, no meio de uma forte tempestade (que provocava a possibilidade do barco virar), dormindo.
Não é difícil pensar nas coisas que nos assustam e nos desafiam no dia a dia. A correria do trabalho, dos estudos, as preocupações com a família, as incompreensões de muitos, as dores da fofoca, da mentira, da inveja, da ganância, a fé desaparecendo... a lista é longa. Imersos nesse turbilhão de coisas, somos incentivados a nos entregar: lutar contra exige muito, e já não somos fortes para lidar com isso. Estamos fragilizados por uma educação medíocre, por serviços de saúde desumanos, por relações superficiais e frias... sentimos nosso coração se "abandonando à sorte".
Assim como com os discípulos, se afundando num mar de problemas, conosco está lá, o Cristo dormindo no nosso barco... Perguntamos: "onde está que não faz nada?"

Nesses dias fui convidado a entrar num barco com um amigo. Desde então estamos remando juntos. Sinto como a força de uma amizade torna a viagem mais serena e empolgante. Certamente nessa viagem não vão faltar tempestades. A vida é danada, não tira os problemas. Mas sei que basta chamar por Ele. Dormindo, me diz que posso confiar. Sempre que eu precisar, lá estará Ele. E também aprendi que Ele não é uma lembrança... Ele é real. E o tempo está me ensinando que depois de ser conhecido como Jesus, como o Cristo, hoje podemos chamá-lo de amigo justamente nos amigos.
Os discípulos certamente,  muito mais do que aliviados, devem ter experimentado a maior de suas alegrias depois das palavras de Jesus, que soube fazer da palavra meio de liberdade. Os amigos têm esses poder, de falar o que precisamos ouvir e, de repente, a força das palavras "acalma o mar". Uma amizade que enche de amor nosso coração nos dá alegria!

Porém, foi necessário entrar no barco. Sem entrar, não teriam passado nenhum problema e estariam muito mais seguros e tranquilos. Mas ficar fora do barco, tira a possibilidade de se sentir para entender.

Permita-se à viagem!
Uma verdadeira amizade está presente no barco que estamos remando, de prontidão, fazendo da viagem uma experiência incrível de Deus. Poderia terminar dizendo que nosso maior amigo é Jesus. E não estaria errado... mas prefiro ouvir a força da Palavra e concluir: quem encontrou um amigo encontrou um tesouro. Sim, Deus está na amizade sincera. Cultive!

Giorgio Sinestri, scj

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