31 de outubro de 2009

Dom Helder Camara

Nascido aos 07 de fevereiro de 1909 em Fortaleza (Ceará/Brasil), Dom Helder foi ordenado sacerdote aos 22 anos, no dia 15 de agosto de 1931, na festa de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da sua cidade natal. Sempre contemplativo, acreditava que a realidade nasce nesse sonho, que se concretiza através da palavra e da ação. Já em 1936, foi transferido para o Rio de Janeiro, onde continuou sua ação apostólica no campo social e educativo.

Irrequieto, idealizador e combativo foi eleito Bispo em 1952, permanecendo como Auxiliar na Arquidiocese do Rio de Janeiro.Antes mesmo se de ser Bispo, sonhara e estruturara a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em seguida, ajudou a criar o Conselho Episcopal Latino - americano (CELAM). Em 1956 iniciou a Cruzada São Sebastião, dedicada aos favelados do Rio de Janeiro. Em 1959 fundou o Banco da Providência, para atender aos mais carentes e excluídos do Rio.

A sua liderança apostólica em favor dos mais desprotegidos levou a Igreja – em 1964 – a nomeá-lo Arcebispo de Olinda e Recife, onde encontraria um imenso campo para a sua luta em favor da paz, da justiça e contra as múltiplas violências de opressão do ser humano.Viviam-se então os difíceis tempos da ditadura militar... A partir de então denunciou ao mundo as torturas e desrespeitos aos Direitos Humanos, pelo regime totalitário em vigência no Brasil. Por pouco não foi preso, não fosse a intervenção do seu amigo Paulo VI que lhe enviou um cálice, como simbolo da unidade fraterna que marcou a longa amizade entre os dois. Apesar de não ter sido atingido pessoalmente pela prisão e tortura, meses mais tarde, o seu filho espiritual, Padre Henrique Dias foi brutalmente assasinado por milicianos contratados. Dom Helder sofreu para sempre a dor desta perda, colocando-o como mártir daqueles sem voz e sem vez.

No Recife, abriu o Instituto de Teologia do Recife (ITER), com uma metodologia nova para a formação dos futuros padres e líderes da Igreja: uma teologia viva e libertadora, segundo o espírito do Vaticano II.Criou a Comissão de Justiça e Paz. Fundou o movimento Encontro de Irmãos, a Operação Esperança e o Banco da Providência. Incentivou a Ação Católica, as Pastorais dos diversos meios: lançou, em 1990, a Campanha do Ano 2000 sem miséria e tantos outros movimentos de Igreja e de Cidadania. Influenciou decisivamente o Concílio Ecumênico Vaticano II.Quando de sua aposentadoria, criou a “Obras de Frei Francisco”, que hoje é o Instituto Dom Helder Camara – IDHeC, que só passou a usar o seu nome após a sua morte.

Personalidade multifacetada, era místico, político, organizador, poeta, realista, sonhador, humilde, ousado, profeta. Contemplativo, unia contemplação e ação – acreditava que a realidade nasce no sonho, e se concretiza através da palavra e da ação.
Entre suas bandeiras encontrava-se a do ecumenismo, defendendo a relação com as outras Igrejas e as outras religiões, a defesa dos mais pobres, trabalhou com denodo durante toda sua vida a serviço da justiça e de causas sociais.
Por suas múltiplas e diversificadas atividades, encantando a muitos e desagradando a outros, foi chamado por vários nomes, entre os quais: guerreiro da paz!

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